domingo, 30 de dezembro de 2007

O que acontece quando não se acha saída? Devemos trancar-se aonde estamos, aguentar o escuro, o lugar abafado e seu cheiro de mofo e esperar a mudança do futuro?
E se não houver mudança? E se o cheiro permanecer? Nós morremos asfixiados?
O que fazer quando as lembranças te perseguem e te puxam, não só pelo pé, mas pela ALMA?
O que dizer quando o que mais se quer é chorar? Devemos fugir?
E o que acontece se nem fugindo minha memória descança e me deixa em paz?
Que caminho tomar se a minha realidade já não me dá mais o que eu quero ter? Meus olhos fechados insistem nas suas curvas, tatuagens e contornos... Meus ouvidos reclamam pela falta da sua voz, da sua música, do seu dizer. Minha face quer a textura de seu peito de novo, minhas narinas enlouquecem sem seu cheiro... É um pedir - ou um quase exigir - que me pressiona, me deixa ser ar!
Que fraqueza... meu ser torna-se mais pesado, e mais, e mais... Meus dias serão arrastados assim por quanto tempo? Minha visão só me relembra seu sorriso singular... aquela gargalhada deitada, gostosa, sem hora... E agora? Cadê? Aonde ela está neste momento? Com quem? De que jeito?
Será que seu sofrimento também é presente...? Será que é tão forte quanto o meu? Será que isso tudo não valeu de nada? Será que a gente escolhe, escolhe, escolhe, e percebe que achou a pessoa errada?
Viver sem o teu inteiro me parte ao meio. Meu meio que, mesmo indo contra as leis da física, é mais pesado que o meu inteiro... Seu corpo pode estar todo sob o meu que eu me sinto mais leve que uma nuvem... mas se ele não está presente, meu eu vira uma metade de mim que vira uma tonelada de um vazio.

E aí eu me pergunto... cadê?