sábado, 22 de novembro de 2008

Sentir, sentir, sentir...!

É quando tudo parece não ter mais sentido.
É quando os dias de verão já não têm mais cor e as ondas do mar já não são mais ouvidas. É quando o vento não te abraça mais, quando os olhos perdem o brilho, quando a vontade se esconde. Apatia. Mundo velho que se agarra em mim e gruda, como uma geléia pastosa indecifrável. Faz de mim sua companhia, me dá abrigo e é cobertor. Penetra em meus poros, transita por entre meus órgãos, faz do meu estômago uma toalha torcida, quente, úmida. Movimentos lentos. Não sinto nada. Nem dor, nem tristeza. Nada. Apenas fico ali, como quem não quer nada da vida, ou como quem ainda tem a vida inteira pra tentar ser feliz.

Mata-me, mas não me faça perder os sentidos!


Vivo transitando entre minha tristeza suicida e minha felicidade explosiva, entre o meu agora ou nunca, entre o meu tudo ou nada.
Será que não dá pra ser normal, Juliana?

À flor da pele.


Ando tão à flor da pele,

Que qualquer beijo de novela me faz chorar,

Ando tão à flor da pele,

Que teu olhar flor na janela me faz morrer,

Ando tão à flor da pele,

Que meu desejo se confunde com a vontade de não ser,

Ando tão à flor da pele,

Que a minha pele tem o fogo do juízo final.





Um barco sem porto,

Sem rumo,

Sem vela,

Cavalo sem sela,

Um bicho solto,

Um cão sem dono,

Um menino,

Um bandido,

Às vezes me preservo noutras suicido.