quarta-feira, 23 de junho de 2010

Ju Lohmann

Muita pança e pouca dança
Na valsa tonta da infância
Em mim, cordas sem concordância
Prisioneiro da reprise
Ser louise, alcoolize-se
Ate-me ao t{ato}. Finalize!
Ass{ass}inei fino cont{r}ato
Fraquejando aos m{in}úsculos
Miúdo como o mundo
Entornei, entornei, entortei...

Gu²

pouca trança, e muita lança
Fim de valsa e de lambança
Em nós, aborto no final da festa
Liberteiro democráta
Juliana não se engana
Até que a vida em si for chamas
Contrato mal humorado
Reicindido em gargalhadas
Estapiei seu miúdo mundo
E tornei a me entornar
desta vez, da boca pra dentro.


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quarta-feira, 2 de junho de 2010

Sara

Olha o sapatinho dessa menina
que saltita
numa Copacabana preto e branca
com cabelos enrolados de Gilda
vive os 18 anos dos anos 40
o pezinho no volante
a sombra da chuva no corpo
mão na mão
ai que flor no estômago!
a vejo num óculos de gatinho
minha Sara, minha querida
te viver é ter poder atemporal
danço um jazz arrumando nosso quarto
Ella Fitzgerald, Louis Armstrong, Benny Goodman
e me visto pra você, menina
uso nossa saia rosa
fumo alguns cigarros contigo
você me leva na candura
meu doce, meu frescor
tua virgindade é minha também
ai dele que a tira
e atira pra qualquer lado
mas disso já não posso te proteger
está escrito, Sarinha
é teu destino
posso estar contigo
dou meu corpo por você
prometo te encaixar em mim
assim você nunca morre
nem quando o corte se fizer
nem quando eu virar cinzas
porque tua história
pequena só pra quem vê
é cravada em filme, meu bem
e filmes são assim; eternos

então, ficamos combinadas
tu me emprestas o passado
que eu te carrego pro sem fim.


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